Enquanto as famílias de Itanhém convivem com a dor da perda de entes queridos, precisam também enfrentar o drama adicional de não ter um espaço digno para sepultá-los. A cidade, que há anos sofre com a superlotação do cemitério municipal do bairro Monte Santo, continua na expectativa por uma solução definitiva — uma promessa que já dura mandatos.

Durante a sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira (12), o vereador Jurandy da Câmara trouxe à tona mais uma vez a urgência da situação. Ao lembrar do enterro do Sr. Gotardo Couto, sepultado na última semana, ele destacou o sofrimento da família que, em pleno luto, se viu obrigada, como tem ocorrido com frequência nessas ocasiões, a fazer o enterro em um local já ocupado.

Jurandy afirmou que já conversou com o atual prefeito, Bemtivi sobre o problema. Segundo o vereador, o prefeito informou que a prefeitura pretende adquirir uma faixa de terra próxima ao cemitério atual para ampliar o espaço. No entanto, essa alternativa parece ainda distante de resolver o problema estrutural mais amplo que atinge o município.
Em 2021, o então prefeito Mildson Medeiros assinou uma ordem de serviço para o início da construção de um novo cemitério, localizado na estrada que liga Itanhém ao distrito de Santa Rita do Planalto, em um terreno adquirido por Bemtivi, em seu primeiro mandato, onde pretendia-se fazer um frigorífico municipal.
Na ocasião, como parte das melhorias previstas, Mildson também conseguiu junto ao então governador Rui Costa a pavimentação de um quilômetro e meio do trecho entre a cidade e o novo cemitério facilitando acesso ao futuro campo-santo.

Veio o asfalto, porém o cemitério de Mildson, assim como o frigorífico de Bemtivi, ficaram no meio do caminho.
Enquanto isso, o sofrimento continua: Itanhém segue enterrando seus mortos em espaços apertados e indignos, em uma espera que parece nunca acabar.