As pesquisas eleitorais voltaram a ser alvo de ironia nas redes sociais. Internautas questionam os levantamentos que apontam o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), liderando as intenções de voto para o governo da Bahia, superando o atual governador Jerônimo Rodrigues (PT) em todos os cenários analisados. O motivo da desconfiança? O histórico de resultados eleitorais que contrariam essas projeções. Nas últimas eleições para governador do estado, pesquisas indicavam vitórias expressivas para candidatos de oposição ao PT, mas o desfecho nas urnas foi completamente diferente.

Um exemplo emblemático ocorreu em 2022. Em 26 de agosto daquele ano, a menos de dois meses da eleição, um levantamento apontava ACM Neto com 54% das intenções de voto já no primeiro turno, enquanto Jerônimo Rodrigues aparecia em segundo lugar, com apenas 16%. O resultado oficial? Foram para o segundo turno, Jerônimo com 49,45 e Neto com 40,80%.

No segundo turno Jerônimo venceu o pleito com 52,79% dos votos, derrotando ACM Neto, que obteve 47,21%.
A situação não foi isolada. Em 2014, pesquisas divulgadas a pouco mais de um mês da eleição mostravam Paulo Souto (DEM) com 44%, contra apenas 15% de Rui Costa (PT). Quando as urnas foram abertas, o resultado surpreendeu: Rui Costa foi eleito, no primeiro turno, com 54,53% dos votos, deixando Paulo Souto com 37,39%.

Já em 2006, ano que marcou o fim do Carlismo no governo da Bahia, as pesquisas apontavam vitória do então ex-governador Paulo Souto (DEM) ainda no primeiro turno (48% contra 31% do estreante Jacques Wagner (PT). Naquele ano, numa virada histórica, Wagner se elegeu no primeiro turno com 52% dos votos deixando Souto em segundo lugar com 43%.
Diante desses episódios, não faltam memes e comentários irônicos dos eleitores nas redes sociais. Muitos internautas brincam que as pesquisas eleitorais para governo na Bahia funcionam como “termômetro inverso” da realidade, ou seja, quem aparece em desvantagem nos levantamentos acaba vencendo no dia da votação. Outros apontam que as pesquisas podem influenciar a narrativa política, mas não necessariamente refletem a intenção real do eleitorado.
Com um novo ciclo eleitoral se aproximando, a questão permanece em debate. A oposição celebra os números favoráveis a ACM Neto, enquanto os apoiadores de Jerônimo Rodrigues seguem confiantes de que, mais uma vez, as urnas contarão uma história diferente da apontada pelos institutos de pesquisa.