Enquanto os servidores da saúde de Itanhém optaram pelo bom senso ao aceitar o acordo com a prefeitura para garantir o pagamento de salários atrasados, a APLB preferiu judicializar a questão, resultando em um atraso ainda maior para os profissionais da educação. A decisão do sindicato tem se mostrado até agora prejudicial, uma vez que, como todos sabem, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) acolheu o recurso da Prefeitura de Itanhém e suspendeu a liminar que determinava o pagamento imediato dos salários atrasados.
Na ocasião, o tribunal considerou que a execução da decisão poderia comprometer os serviços públicos essenciais, diante da crise financeira enfrentada pelo município, agravada por um rombo de R$ 5 milhões deixado pela gestão anterior.

Situação diferente ocorreu na última quinta-feira (20) quando representantes do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Endemias do Extremo Sul da Bahia (SINDACESB) e demais entidades do setor voltaram a Itanhém para negociar com o prefeito Milton Ferreira Guimarães (Bemtivi) uma solução para os salários de dezembro de 2024, herdados da gestão anterior. Após debate, foi acordado que os pagamentos ocorreriam em três parcelas, com a última prevista para julho de 2025.
Já na educação, a prefeitura apresentou uma proposta semelhante, garantindo a atualização do piso salarial em 6,27% e o pagamento retroativo desde janeiro. O projeto foi aceito e aprovado pela Câmara Municipal, permitindo que o salário de março já fosse pago com os reajustes. No entanto, a proposta para que até abril fossem quitados os salários atrasados de dezembro não foi aceita pela APLB, que optou por acionar a Justiça, colocando a decisão nas mãos do Judiciário.
Com isso, enquanto os servidores da saúde já têm um cronograma de pagamento estabelecido, os profissionais da educação ficam à espera de uma decisão judicial, sem previsão concreta de quando receberão os valores devidos. Caso o sindicato tivesse seguido a mesma estratégia dos trabalhadores da saúde, o pagamento estaria em vias de conclusão em abril. Agora, resta aos profissionais da educação lidar com mais incertezas e possível prolongamento da espera por seus salários.