A situação em Ibirajá reflete uma prática recorrente em períodos pós-eleitorais: sempre que um prefeito é derrotado nas urnas, cortes nas contas públicas tendem a ser a primeira medida adotada. Em Itanhém, o cenário não foi diferente. Após a vitória de Bem-T-Vi nas eleições municipais de 3 de outubro, o atual prefeito, Mildson Medeiros, iniciou uma série de cortes na folha de pagamento, que incluíram demissões de contratados e redução de serviços essenciais.
Entre os setores afetados estão saúde, educação, limpeza pública e coleta de entulhos (que aliás, voltou a ser feita semana passada, praticamente dois meses após as eleições). Contudo, o impacto mais evidente para os moradores do distrito de Ibirajá foi a interrupção da entrega de cartas e encomendas, essencial para a comunidade local.
Em Ibirajá, assim como Batinga, as entregas não são realizadas diretamente pelos Correios. Em vez disso, a estatal mantém parcerias com a prefeitura. Essa parceria consiste em os Correios financiarem um funcionário designado pela gestão municipal, enquanto a prefeitura disponibiliza o espaço necessário para o serviço.
Contudo, a falta de agilidade da prefeitura em formalizar os documentos necessários impediu que a parceria fosse oficializada. Mesmo assim, as entregas seguiam sendo realizadas, com os custos arcados unicamente pela prefeitura — uma prática que reflete uma total desorganização administrativa.
Com os cortes realizados após as eleições, a pessoa responsável pelas entregas em Ibirajá foi dispensada, interrompendo o serviço no distrito. Já em Batinga, graças a esforços do vereador Deó, as entregas continuaram sendo feitas normalmente.
A suspensão do serviço em Ibirajá trouxe grandes transtornos à população. Sem o entregador local, os moradores agora precisam se deslocar até a agência dos Correios em Itanhém para buscar suas correspondências e encomendas, o que frequentemente resulta na perda de prazos e na devolução de itens, já que muitos não têm como saber exatamente quando suas encomendas chegam.
Essa situação é agravada pelo fato de que Ibirajá possui dois representantes na Câmara Municipal que, ao contrário de Deó em Batinga, não se esforçaram para reverter o problema.
A esperança dos moradores é de que a situação seja resolvida o quanto antes, preferencialmente até o início de 2025, com a nova gestão. A continuidade da prestação de serviços básicos, como a entrega de correspondências, é fundamental para evitar maiores prejuízos à comunidade.
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